Não há como negar que o programa Minha Casa, Minha Vida trouxe conquistas importantes para o brasileiro, graças a ele milhões de famílias já conseguiram realizar o sonho da casa própria e sair do aluguel. Embora o MCMV seja bastante conhecido, poucas as pessoas sabem como ele realmente funciona. Neste artigo vamos explicar o porquê o programa possui três faixas: I, II e III, para cada uma existe uma regra e benefício diferente para o financiamento.
Faixa I – Exclusiva para baixa renda
Essa é a faixa considerada “preferencial” pelo Governo Federal, ela atende apenas as famílias de baixa renda, cujo rendimento familiar bruto seja de, no máximo, R$ 1,6 mil. Para conseguir ser atendido por esse grupo é preciso inscrever-se na prefeitura do município de residência, posteriormente precisa do fator “sorte”, isso porque só consegue fazer um financiamento quem é sorteado.
A principal diferença dessa faixa com relação as demais é que o valor da prestação é calculado sempre de acordo com a renda familiar do beneficiário e não de acordo com o valor do imóvel. Cada família deve pagar o equivalente a 5% da renda durante 120 meses, em contrapartida o Governo Federal subsidia o valor restante, podendo chegar a até 96% do valor do imóvel.
Como o poder público subsidia a maior parte do valor do imóvel, nesta faixa também não há análise de risco, por isso os autônomos e até mesmo as pessoas que possuem o “nome sujo” conseguem financiar uma casa ou apartamento pela Caixa Econômica Federal.
- Público-alvo: Famílias cuja renda não ultrapasse os R$ 1,6 mil;
- Prazo de financiamento: 120 meses
- Valor da prestação: 5% da renda durante 10 anos;
- Subsídios de até 96% do valor do imóvel;
- Sem consulta ao SCPC ou Serasa;
- Não precisa dar entrada/lance/sinal;
- Como se inscrever: Para conseguir um financiamento dessa faixa é preciso ser sorteado;
Faixa II
A Faixa II é a categoria intermediária do Minha Casa, Minha Vida, ela são voltadas as famílias que não atendem aos requisitos da primeira faixa. Para participar dessa segunda faixa a renda familiar bruta não pode ultrapassar os R$3.275. Esse grupo possui direito a subsídio, contudo, ele é limitado a até R$ 25 mil. Como o subsídio é menor, há análise de risco, por isso é preciso passar por toda a burocracia de um financiamento para ter crédito aprovado, é preciso comprovar renda, ter nome limpo e o valor das prestações não podem comprometer mais do que 30% da renda
- Público-alvo: Famílias com renda entre R$ 1,6 mil e R$2.375
- Prazo de financiamento: até 360 meses (30 anos);
- Subsídio de até R$ 25 mil;
- Valor da entrada: varia conforme o valor do imóvel;
- Consulta ao SCPC ou Serasa: SIM
- Análise de risco: SIM
- Como se inscrever: Basta procurar uma agência da Caixa ou do Banco do Brasil, o procedimento é o mesmo de um financiamento imobiliário convencional, com a diferença que a taxa de juros será reduzida e dependendo da sua renda haverá um subsídio do Governo Federal.
Faixa III
A última faixa foi criada para atender famílias cuja renda seja de R$ 3.275 a 10 salários-mínimos, nela não existem nenhum tipo de subsídio, porém os participantes têm um desconto na taxa de juros, que é menor que a taxa balcão dos demais financiamentos. Então de modo resumido, o único benefício oferecido pela Faixa III do Minha Casa, Minha Vida é o desconto na taxa de juros e nos demais encargos do financiamento (tal como seguro).
- Público-alvo: Famílias com renda de R$2.375 a até 10 salários-mínimos;
- Prazo de pagamento: Até 360 meses (30 anos);
- Valor do subsídio: Não há;
- Valor da entrada: varia conforme o valor do imóvel;
- Consulta ao SCPC ou Serasa: SIM
- Análise de risco: SIM
- Como se inscrever: Mesmo procedimento da segunda faixa, basta procurar uma instituição financeira credenciada ao Minha Casa, Minha Vida (BB ou CEF).
A faixa que oferece mais benefícios é sem dúvida a primeira, com ela o valor da prestação fica entre R$ 25 e no máximo R$ 80, pois a maior parte do valor é subsidiada pelo governo. A faixa I é também a única que não faz análise de risco e aquela que permite o financiamento até mesmo com o “nome sujo” (restrições nos órgãos de proteção ao crédito). Mas infelizmente não é tão fácil participar dessa primeira categoria, pois é preciso se inscrever na prefeitura e aguardar ser sorteado, o que pode levar anos, ou pior, nunca acontecer.
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