Nesta terça-feira (10) a Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou que limitará os financiamentos da casa própria da linha Pró-Cotista do FGTS, essa linha de financiamento imobiliário usa os créditos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e tem uma das menores taxas de juros do mercado, perde apenas para o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. A notícia é um péssimo sinal para a indústria da construção civil, já que a limitação dificultará o acesso ao crédito, o que, consequentemente, deve impactar nas vendas.
No dia 08 de Março de 2016 anunciamos aqui que a CEF havia liberado a linha de financiamento Pró-Cotista do FGTS, na época o banco estatal anunciou a liberação de R$ 7 bilhões de financiamentos dessa linha. Agora, menos de dois meses após a notícia da liberação, a Caixa anuncia que vai limitar novamente os financiamentos com juros mais baixos.
A notícia é preocupante pois o banco estatal é responsável por mais de 70% dos financiamentos imobiliários de todo o país.
Segundo Nelson Souza, vice-presidente de crédito da CEF: “Estamos deixando os recursos do Pró-Cotista para imóveis de até 225 mil reais. Para acima dessa faixa, estamos orientando que se busque outras linhas, que são um pouco mais caras” afirmou.
A linha pró-cotista permitia, até então, o financiamento de imóveis de até R$ 750 mil. Embora ainda haja crédito para financiamento de imóveis de R$ 500 mil a R$ 750 mil, o banco estatal já solicitou ao Conselho Curador do FGTS a redistribuição desses valores.
A motivação seria a escassez de recursos no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, e ocorre menos de dois meses após o Conselho Curador ter anunciado a liberação de R$ 8,2 bilhões para a linha de crédito pró-cotista do FGTS.
Com taxa de juros de 8,66% ao ano, a Pró-Cotista, operada apenas pela Caixa e pelo Banco do Brasil, é a linha imobiliária mais barata do mercado, com exceção dos financiamentos enquadrados no programa habitacional Minha Casa Minha Vida, que financia imóveis novos até o limite de R$ 225 mil.
Na prática, tal decisão prejudica todo o setor imobiliário e, consequentemente, pode impactar no preço dos imóveis, jogando-os para baixo, visto que ficará mais difícil vender um imóvel em meio a crise. O fato ainda pode agravar a crise na construção civil, já que muitas construtoras tendem a reduzir seus investimentos.
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